Este artigo destaca os principais traços do caráter narcisista,
presentes no romance O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Com espeque na obra Narcisismo, de
Alexander Lowen, exalta algumas características do protagonista de Wilde que
refletem, com admirável dose de verossimilhança, o distúrbio narcísico: a
supervalorização da imagem em detrimento do self, a retenção da libido pelo ego, a ausência de sentimentos, a sensação de
vazio e a obsessão por poder, entre outras. Promove, ainda, uma reflexãosobre a
escrita em tom decadentista, contendo rasgos de ironia, sarcasmo e desencanto, que expressa
não apenas um narcisismo “individual” como também - e talvez principalmente,
um narcisismo “coletivo”.
É de fato impressionante a verossimilhança empregada pelo escritor
irlandês Oscar Wilde (1854-1900) na construção da obra O retrato de
Dorian Gray (1891), sobretudo no que diz respeito à composição do seu protagonista.
Uma análise predominantemente literária, por si só, já comprova essa
complexidade ficcional que, mimeticamente, exprime determinada realidade do
século XIX. No entanto, há que se reconhecer que a boa análise literária é
sempre aquela que pede auxílio: à psicologia, à sociologia, à filosofia ou a
qualquer outra área do conhecimento e da experiência humana. Pois a teoria
literária não é, não pode ser auto-suficiente. No caso do romance O retrato de
Dorian Gray, a psicologia exerce um papel fundamental, não apenas no sentido de
aprofundar o estudo literário como também no de redimensioná-lo, estabelecendo
novos alcances e finalidades.
O presente artigo objetiva uma breve análise psicológico-literária do
romance de Wilde. Para tanto, lança mão, principalmente, de alguns conceitos
apresentados por Alexander Lowen na obra Narcisismo(1983). Partindo disso, pretende
destacar algumas características da personagem Dorian Gray que retratam com
perfeição o dilema narcísico. Almeja, ainda, uma reflexão sobre o decadentismo,
corrente literária do final do século XIX marcada pelo jogo extremado entre
luxo e deterioração, educação e satanismo, luz e sombra, enlevo e desencanto,
e, por extensão, superego e id; marcada, enfim, pelas noções maniqueístas de
Bem e de Mal. O decadentismo, por sua vez, conduz a uma questão inescapável: a
consideração, ainda que em linhas gerais, de alguns aspectos da experiência
burguesa no século XIX, quais sejam: a obsessão por aquisições materiais, a
falta de ideais mais sublimes e a incompetência amorosa. Afinal, a atuação
burguesa no século XIX consolidou uma espécie de modus operandi, padrões de comportamento em relação
aos quais, em larga medida, somos todos herdeiros diretos: nós... A um único
tempo, títeres e arquitetos deste século XXI.
Ao abordar preliminarmente a questão do narcisismo, Alexander Lowen
enquadra o distúrbio narcísico em duas esferas: a individual e a coletiva. No
entanto, não se deve incorrer no erro de imaginar tais esferas como níveis
estanques ou mesmo distantes entre si. Ao contrário. A raiz da questão é única
e pode ser tomada, neste primeiro momento, como a supervalorização da imagem em
detrimento do self. Assim como o indivíduo narcisista investe a maior parte da sua energia
na composição e manutenção de uma imagem, “desconsiderando” as demandas mais
profundas do seu corpo e da sua essência, da mesma forma a sociedade (ou a
cultura) constrói-se na base do desrespeito ao próprio ser humano e ao meio
ambiente: “Quando a riqueza ocupa uma posição mais elevada que a sabedoria,
quando a notoriedade é mais admirada que a dignidade, quando o êxito é mais
importante que o respeito por si mesmo, a própria cultura sobrevaloriza a
‘imagem’ e deve ser considerada narcisista.” (Lowen,1983, p. 9) Pode-se afirmar,
portanto, que o narcisismo cultural e o individual se retro alimentam.
Ao se tratar inicialmente do romance O retrato de Dorian Gray, divisa-se
a seguinte história: Dorian Gray, fruto de uma união desafiadora entre um
subalterno de cavalaria e uma aristocrata inglesa, torna-se órfão já na
infância e é criado pelo avô tirânico, lorde Kelso. No final da adolescência,
Dorian Gray se destaca na sociedade londrina como um belo jovem, herdeiro de
uma grande fortuna. Em dado momento, inicia uma amizade com Basílio Hallward,
um artista de renome que sinceramente se apaixona por sua beleza clássica e
pureza anímica. Por intermédio de Basílio, Dorian Gray conhece lorde Henry
Wotton, um malicioso e irônico diletante das artes que se propõe a lhe
apresentar os encantos e corrupções do mundo. Imediatamente, Dorian Gray
acha-se atraído pela maneira com que o jovem lorde articula pensamentos e
palavras – e mais: sente-se profundamente arrebatado pelo ideal de vida que lhe
é exposto: Sim, sr. Gray, os deuses foram generosos para com o senhor. Mas o
que os deuses dão tomam logo em seguida. [...] Quando a sua juventude se
desvanecer, a sua beleza irá embora com ela, e, então, descobrirá que nada
ficou dos seus triunfos [...]. Aproveite a sua juventude enquanto a possui. [...]
Procure sempre novas sensações. Que nada o amedronte...
Um novo hedonismo – é disto que precisa o nosso século. [...] Juventude!
Juventude! Não há absolutamente nada no mundo, senão a juventude! (WILDE, 1996,
pp. 34-35)
Nesse mesmo dia, Basílio Hallward compõe uma tela de Dorian,
precisamente nos instantes em que o adolescente, servindo-lhe de modelo,
elabora as palavras que, minutos antes, haviam sido proferidas por lorde Henry
Wotton. Com o tempo, Dorian Gray se afasta de Basílio e estreita o seu contato
com Wotton. Conhece Sibyl Vane, uma jovem atriz por quem se afirma perdidamente
apaixonado, mas, em seguida, rompe drasticamente com ela, motivado pela péssima
atuação de Sibyl em uma peça de teatro.
A atriz, assim, comete suicídio. A partir desse fato, o retrato pintado
por Basílio passa a refletir a alma de Dorian Gray: uma imagem que se
enfeia e degenera em compasso perfeito com a consecução dos atos sombrios por
ele praticados. O corpo de Dorian Gray, em contrapartida, mantém-se jovem e
belo. O protagonista do romance, entretanto, não experimenta paz ou felicidade
com a “dádiva” alcançada. Ao contrário. No início, passa a agir como uma
espécie de espectador de si mesmo: “Apaixonava-se cada vez mais pela sua
própria beleza e cada vez mais se interessava pela degradação da própria alma.”
(WILDE, 1996, p. 150). Mas a angústia – ou qualquer sentimento que a ela se
assemelhe - não demora a aparecer: [...] momentos esses que pensava na ruína da
sua alma com uma piedade que era tanto mais dolorosa quanto se tratava de puro
egoísmo. Contudo, aqueles momentos eram raros. Aquela curiosidade pela vida,
que lorde Henry fora a primeira pessoa a despertar nele, [...] parecia aumentar
depois que havia começado a satisfazê-la. Quanto mais sabia, mais desejava saber.
(WILDE, 1996, p. 151)
Anos mais tarde, Dorian Gray mata Basílio Hallward. E a monstruosidade
exibida pelo quadro se agrava. O belo e eterno jovem tenta, então, recuperar a
própria alma, mas já é tarde. Ao destruir o seu retrato, morre fisicamente,
transformando-se na figura horrenda antes exibida apenas pela tela.
Note-se, de início, a semelhança entre a história acima apresentada e o
mito grego de Eco e Narciso. Resumidamente: Narciso era um belo jovem tespiano
por quem a ninfa Eco se apaixonou. Eco fora privada da fala pela deusa Hera,
podendo apenas repetir as últimas sílabas das palavras que ouvia. Incapaz de
expressar o seu amor por Narciso, foi por ele rejeitada e morreu de desgosto.
Os deuses, então, puniram Narciso, fazendo com ele se apaixonasse pela própria
imagem. Um dia, quando se debruçava sobre as águas de uma fonte, Narciso viu a
sua imagem refletida e por ela se enamorou profundamente. Incapaz de se afastar
do seu reflexo, definhou às margens do lago.
Curiosamente, vários trechos da narrativa de O retrato de
Dorian Gray fazem referência não apenas ao mito de Narciso como também à flor de
mesmo nome: uma sugestão soprada no ouvido do leitor para que ele recorde o
mito grego ao acompanhar a trajetória de Dorian Gray.
Assim, é digno de destaque o fato de o retrato passar a refletir a alma
de Dorian Gray imediatamente após ele ter rejeitado a jovem Sibyl Vane. É
igualmente digno de nota o fato de a monstruosidade do retrato se agravar
quando Dorian Gray mata Basílio Hallward. Pode-se interpretar, portanto, Sibyl
e Basílio como representações do self de Dorian, preterido em favor da
imagem, em favor da voz de lorde Henry Wotton.
O traço mais marcante do distúrbio narcísico é a ausência de sentimentos
profundos, ocorrendo, pois, uma dissociação entre o ego e o self (LOWEN,
1983). O narcisista, a exemplo de Dorian Gray, costuma trocar o amor pela
imagem, suas mais intensas sensações por fama e poder. E como Dorian Gray, o
narcisista costuma agir como uma espécie de espectador de si mesmo, mas
geralmente não se dá conta disso.
Neste ponto, há que se considerar o personagem criado por Wilde um
privilegiado: os narcisistas de carne e osso não possuem um retrato que lhes
exiba paulatinamente a construção/degradação das suas almas. Sem contato com o
próprio self - com as suas necessidades mais profundas e verdadeiras -, o indivíduo
narcisista age com cega determinação quando o assunto é obtenção de sucesso,
motivado mais pelo medo do fracasso do que pela recompensa que irá obter. Não
tolera o mau êxito. Não suporta a sensação de perda, de tristeza ou qualquer
ofensa a sua vaidade. Quando isso ocorre, geralmente se torna frio, arrogante,
sádico e agressivo. (VOLPI, 2003)
Voltando-se ao romance de Wilde, faz-se importante lembrar que, pelo
menos em duas ocasiões, Dorian Gray abre mão de uma experiência afetiva mais
profunda em prol da própria imagem: a primeira oportunidade se dá com Basílio
Hallward; a segunda, com Sibyl Vane. A voz de lorde Henry Wotton – uma voz
quase arquetípica, na qual reverbera parte do zeitgeist vitoriano – sempre prevalece. Tudo leva
a crer que Dorian Gray, em alguma medida, teve pelo menos duas chances de
escolha. Ainda assim, opta pela voz de Wotton.
Curiosamente, tudo aquilo que é positivamente valorado pelo discurso de
Wotton (o culto à beleza e à juventude) reverte-se em dano para o protagonista
ao longo da sua história. O leitor atento, assim, depara-se com o que se pode
chamar de denúncia acerca de uma inversão de valores, levada a cabo pela narrativa. Note-se
que as próprias palavras de lorde Henry se calcam em uma inversão de valores:
“Costuma-se dizer que a Beleza é superficial. Pode ser que seja. Mas não tão
superficial quanto o Pensamento” (WILDE, 1996, p. 34). No entanto, um dos
grandes méritos do romance em exame é precisamente o de promover a condenação
dos ideais propagados por Wotton, mediante a demonstração do triste destino
alcançado pelo protagonista. Por meio de tal demonstração, traz a lume a
virulência sub-reptícia contida no discurso do lorde. No nível individual,
portanto, aquilo que se pode denominar inversão de valores se apresenta
como a tirania do ego sobre o self, da imagem sobre a capacidade de amar ou sobre a capacidade de entrega.
No nível coletivo, tal inversão pode ser exemplificada pela seguinte frase de
lorde Henry Wotton, já transcrita acima: “procure sempre novas sensações”. Pois
a ideologia narcísica, como toda e qualquer ideologia,
mascara os seus reais objetivos: ao valorar positivamente a procura incessante
por novas sensações, estimula a obtenção de não-sensações, supervalorizando a
quantidade em detrimento da qualidade.
Outro traço do narcisismo que pode ser retirado do romance em foco é a
retenção da libido pelo ego (LOWEN, 1983). Dorian Gray seduz mulheres para
depois abandonálas e induz rapazes que o admiram à corrupção. Mas por que faz
isso? A resposta, talvez, possa ser encontrada no fato de que o narcisista
busca em si mesmo um objeto amoroso.
A libido, portanto, não se acha destinada ao outro. Lamentavelmente, como
no mito de Narciso, o narcisista não se apaixona por si mesmo: apaixona-se pela
própria imagem refletida no lago. Eis, aqui, um outro mascaramento, uma outra
distorção de conceitos ou valores promovida pelo distúrbio narcísico:
erroneamente, o narcisista é entendido (e se entende) como um indivíduo que
possui um amor exacerbado por si mesmo. Mas o que de fato ocorre é exatamente o
oposto. O seu self está anulado ou adormecido. É o ego que detém o poder – e a libido
encontra-se voltada para ele. Com isso, o narcisista achase incapaz de amar ou
de se entregar – a si mesmo e ao outro. O indivíduo de caráter narcisista,
conforme lembra Volpi (2003, p. 5), “Usa os genitais como arma contra o sexo
oposto e o sexo como meio de vingança. Os homens são extremamente potentes
quanto à ereção, mas impotentes quanto à potência orgástica”.
Convém lembrar, neste ponto, que a análise do distúrbio narcísico deve
sempre se basear no grau de narcisismo inerente a cada pessoa. A rigor, somos
todos narcisistas, sobretudo quando se consideram os padrões básicos de
funcionamento da sociedade ocidental: a mídia, as razões de consumo e a
precariedade afetiva generalizada. Convém, por fim, ressaltar que o narcisismo
constitui uma defesa necessária em determinada fase do desenvolvimento
individual, mas que acaba por se cristalizar e se perpetuar, moldando o caráter
da pessoa narcisista de maneira indelével. Conforme ensina Lowen (1983, p. 76):
“Não querer ou não sentir desejo é uma defesa contra possível dano ou mágoa”.
Retornando-se ao romance em foco, percebe-se que Oscar Wilde sugere tal
processo na composição da personalidade de Dorian Gray, ao lançar algumas luzes
sobre a infância difícil da personagem e sobre a figura castradora do seu avô.
A partir daí, constrói um protagonista assombrosamente verossímil, que reflete
com perfeição isso que hoje se define como narcisismo. Ironicamente, tudo aquilo que faz de
Dorian Gray um personagem verossímil – os traços de uma pessoa narcisista,
retratados fidedignamente na ficção – transforma o narcisista de carne e osso
em uma espécie depersonagem ficcional: alguém
desconectado do seu núcleo vital; das suas sensações e dos seus sentimentos
mais profundos.
O romance O retrato de Dorian Gray é escrito em tom decadentista.
Odecadentismo constitui uma corrente literária (ou, como alguns afirmam, um
movimento precursor do simbolismo) que se firmou na Europa a partir de 1880. O
artista decadente tendia a sucumbir ao antivital por sentir exausta a sua força
criadora. Os “decadentes”, assim, pregavam a anarquia, o satanismo, as
perversões, a morbidez, o pessimismo, a histeria e o horror à realidade banal.
Cultivavam neologismos e vocábulos raros. (MARIANI, 2001). No romance de Wilde,
tal estética aparece principalmente na escolha dos ambientes (ora suntuosos,
ora degradados), na fixação da beleza e da frivolidade e, ainda, nas discussões
sobre a arte em geral.
Esses temas são
unificados por uma linguagem igualmente atraída pelo belo, pelo mórbido, pelo
exótico e pelo desencanto; uma linguagem que, em alguma medida, reflete o
narcisismo da sociedade vitoriana, caracterizada fortemente pela preocupação
exacerbada com a imagem e calcada no dogma da autoridade: autoridade do pai
sobre o filho, do corpo político sobre as massas, do patrão sobre o empregado,
da Igreja sobre a religião, do espírito sobre o corpo, da moral sobre a vida...
(GAY, 1988). A isso, acresça-se a lembrança de que o avanço científico, a
teoria da evolução e o anúncio da morte de Deus redimensionaram a condição
humana: os golpes de Darwin e Nietzche, de certa forma, criaram uma ferida
narcísica no ego da comunidade novecentista. Nesse panorama, o decadentismo
toma a beleza como uma espécie de contraponto das pressões sociais e daquilo
que se pode entender como “banalidade do mundo”. A dolorosa percepção de que
tudo é fugaz perpassa a narrativa de O retrato de Dorian Gray. Como tudo
é passageiro, a vida é tomada como banalmente sórdida, e a beleza se transforma
em possibilidade anestésica em face da crueza e do desencanto. Note-se, assim,
a seguinte fala de lorde Henry, referindo-se a Dorian Gray: “[...] Não, você
deve conservar o seu belo aspecto. Vivemos numa época que lê demais para ser
sábia, e que pensa demais para ser bela. Não podemos prescindir de você.”
(WILDE, 1996, p. 122).
Outro dado que se julga importante incorporar é a consideração, em
linhas absurdamente gerais, do que foi a experiência burguesa no século XIX:
[...] Os Estados Unidos foram considerados a quintessência da sociedade
burguesa, a encarnação, seja como ameaça ou como promessa, da cultura de classe
média em direção à qual as sociedades européias pareciam estar sendo
arrastadas. Stendhal, Dickens e inúmeros outros observaram que nos Estados
Unidos a voracidade burguesa por bens materiais, o desprezo por ideais mais sublimes, a
incompetência amorosa atingiram
sua realização mais perfeita e como tal se exibiam de modo mais claro. (GAY,
1988, p. 14, grifos acrescidos).
Ora, a voracidade por bens materiais, o desprezo por ideais mais
sublimes e a incompetência amorosa configuram características não apenas da
burguesia do século XIX como também da sociedade capitalista dos séculos XX e
XXI. E mais: compõem tristemente o retrato de um ser humano que perdeu contato
com o seu eu-profundo.
Vivemos sob a égide da imagem. Cultuamos obsessivamente a forma do corpo
sem nos preocupar com a sua essência, com as suas demandas que exprimem a nossa
verdade. Como Dorian Gray, tendemos a trocar o sentimento pelo poder, o medo
pela ilusão de segurança, a entrega pelo controle, a energia pela ausência de
desejo, o contato com o outro pela fixação num rebotalho de nós mesmos. Como os
leitores dos romances decadentistas, consumimos páginas e mais páginas de
notícias sobre a morte de uma bela princesa, esmagada entre os destroços de um
luxuoso automóvel. Como eles, nos desencantamos com o mundo, no nosso caso,
globalizado: nos desencantamos com as nossas próprias misérias e fragilidades,
com o derretimento da calota polar, com a pobreza e a fome no Camboja ou com a
beleza terrível de duas torres desabando em Nova York. Como eles, enfim,
buscamos refúgio na fugacidade e na ilusão. Em cada um de nós reside um Basílio
Hallward e uma Sibyl Vane. Cada um de nós sofre a influência e tem
internalizada a voz de um lorde Henry Wotton. Cabe, portanto, a cada um de nós
optar pelo retrato ou pela vida.
Referências
GAY, P. A experiência burguesa: da rainha Vitória a Freud: A educação
dos sentidos.
São Paulo: Schwarcz, 1988.
LOWEN, A. Narcisismo. São Paulo: Cultrix, 1983.
MARIANI, S. L. S. Análise dos romances O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, e
A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro. Monografia
– Programa de graduação
em Letras-Português. Curitiba: UFPR, 2000.
MOISÉS, M. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 2004.
VOLPI, J. H. Poder, Fama e Ferida Narcísica: Uma compreensão caractero-energético
do narcisista. Curitiba: Centro Reichiano, 2003. Disponível em:
www.centroreichiano.com.br/artigos.htm. Acesso em: 25/01/2008.
WILDE, O. O Retrato de Dorian Gray. Nova Cultural, 1996.
Sérgio Luis Soares Mariani/PR - Bacharel em
Direito, funcionário do Tribunal do
Trabalho da 9ª Região, mestrando em Letras – Literatura, na Universidade
Federal do
Paraná (UFPR).
E-mail: sergiomariani1@gmail.com
Fonte autorizada: http://www.centroreichiano.com.br/artigos.htm
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